AUTOR QUE ESTAMOS ESTUDANDO - BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS
Bartolomeu só faz o que gosta, não cumpre compromissos sociais nem tarefas que não lhe pareçam substanciais. Diz ter fôlego de gato, o que lhe permitiu nascer e morrer várias vezes. "Sou frágil o suficiente para uma palavra me machucar, como sou forte o suficiente para uma palavra me ressuscitar."
Em 1974 publicou seu primeiro livro, O peixe e o pássaro, e desde então vem firmando seu estilo de escrita como uma prosa poética da mais alta qualidade.
Com formação nas áreas de educação e arte, cursou o Instituto Pedagógico de Paris. Desde os anos 70, tem destacada atuação como educador, em vários níveis, contribuindo com importantes projetos para a Secretaria de Estado da Educação e para o Ministério da Educação. Participa do Projeto ProLer, da Biblioteca Nacional, dando conferências e seminários sobre educação, leitura e literatura. Tem 43 livros publicados no Brasil e vários deles traduzidos e editados em outros países.
É detentor dos mais importantes prêmios literários nacionais, como:
Com o livro "Indez", foi o vencedor do Concurso Internacional de Literatura Infanto-Juvenil (Brasil, Canadá, Suécia, Dinamarca e Noruega). Vários de seus textos foram adaptados para o teatro, dentre eles, "Ciganos", encenado pelo Grupo Ponto de Partida. Sua obra tem sido tema de teses acadêmicas (áreas de literatura e psicologia) em várias universidades brasileiras.
Foi presidente da Fundação Clóvis Salgado/Palácio das Artes, membro do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho Curador da Escola Guignard, membro do Conselho de Curador da Fundação Municipal de Cultura. Atua também como crítico de arte, integrando júris e comissões de salões e fazendo curadorias e museografias de exposições.
Palavras
Se olho demoradamente para uma palavra descubro, dentro dela, outras tantas palavras. Assim, cada palavra contêm muitas leituras e sentidos. O meu texto surge, algumas vezes, a partir de uma palavra que, ao me encantar, também me dirige. E vou descobrindo, desdobrando, criando relações entre as novas palavras que dela vão surgindo. Por isso digo sempre: é a palavra que me escreve. Leia lentamente, por exemplo, a palavra janela, tentando encontrar as outras palavras que nela estão debruçadas. Aí você compreenderá como foi fácil escrever este Diário de classe.
(Bartolomeu Campos de Queirós)